
BAIXA EFICÁCIA DA VACINA PARA INFLUENZA: ELA DEVE SER USADA INDISCRIMINADAMENTE?
“VACINAÇÃO OBRIGATÓRIA PARA INFLUENZA? PRIMEIRO NÓS PRECISAMEOS DE UMA VACINA MELHOR”
CMAJ 2003 Mar 14; 185(8) 639 – 40
Com essa preocupação, a de objetivamente, buscar dados sobre aeficácia da vacina da influenza, fizemos uma pequena revisão.
Encontramos observações da CDC (MorbityandMortalityWeeklyReportJanuary 18, 2013/62 (O2); 32-35) avaliando a eficácia da vacina para influenza cocluindo quegenericamente a proteção oferecida é de 70% para influenza B e 55% para influenza A. Esses dados não são animadores por se tratarem de taxas não muito altas e podendo ainda ser questionada a metodologia usada para se chegar a essa inferência de eficácia. Basicamente são estudos observacionais, em virtude da impossibilidade de estudos de controle clássicos. Esses exigiriam o uso de placebo, o que a priori não seria ético em virtude da atual universalidade de indicação para uso da vacina. Atualmente tem sido utilizada uma técnica observacional, usando uma variante do estudo caso controle, quando o que se faz é uma estimativa de eficácia baseada na comparação de testes positivos e negativos para influenza, na evolução para doença influenza com confirmação laboratorial.
Trabalhos mais recentes, usando técnica de coortes domiciliares, quando se estuda a eficácia na prevenção da evolução para casos com sintomatologia com confirmação laboratorial, oferecem a possibilidade de resultados confiáveis. Usando essa metodologia foi mostrado que o risco domiciliar era de 8,5% para vacinadas, contra 8,9% para não vacinadas, de desenvolver o quadro clínico da influenza.
Portanto, a vacinação não previne a transmissão intradomiciliar, e de forma mais importante para os adultos. Ainda, derivado desse mesmo trabalho vem a informação de proteção para infecções por influenza adquiridas na comunidade é de 31% quando existe a vacinação prévia em anos anteriores. Na primeira vacinação foi medida uma proteção de 62%. Portanto, a repetição periódica da vacinação aparenta reduzir a eficácia (CID 2013:56 15 may).
De outra parte, um estudo sobre efetividade da vacina para influenza contra casos confirmados de A(H3N2) em pacientes internados (PLOS ONE April 2013/vol 8/ Issue 4/ e 59681) mostra uma baixa proteção e variável com a idade. No geral a proteção foi de 28,8% e com os percentuais de 36,8% para a faixa etária de 18 a 64 anos, 42,6% para 65 – 74 a, 17,8% entre 75 – 84 a e 37,5% em maiores de 84 anos. Esses dados sugerem uma baixa proteção da vacina para influenza, que pode ser explicada por uma baixa resposta de pessoas de alto risco, a possibilidade de não coincidência adequada entre cepas vacinais e as circulantes ou diminuição de resposta em função de vacinações prévias.
Outro trabalho caso controle, avaliando casos de A(H1N1), A(H3N2) e influenza B, mostra uma efetividade vacinal geral de 60%, variando de 69% para a faixa etária de 6 ms a 8 anos a 38% em adultos maiores de 65 anos. Conclui o trabalho por uma efetividade moderada de vacina para influenza.
(Clin. Infect. Disease 2012 Oct, 55(7): 951 – 9)
Dessas observações de literatura podemos inferir:
- A eficácia de proteção é baixa, conforme conclusão do CDC, sendo sugerido que vacinas mais efetivas são necessárias.
- Que a vacina não previne a transmissão intra domiciliar, sendo que éessa uma das formas mais importantes de transmissão.
- Que em diferentes faixas etárias aparentemente as respostas são diferentes. Na criança a resposta é melhor do que no adulto, que é melhor do que nos idosos (>65 anos).
- Que a vacinação em série, ano a ano, reduz ainda mais a eficácia da vacina.
Frente a essas observações nos parece que o uso universal, indiscriminado, da vacina, como se faz no Brasil, merece reflexões sobre a sua real eficiência.
De outra parte, relatos sobre efeitos adversos como paralisia facial, narcolepsia, síndrome de GuillianBarré e doença crônica intestinal devem ser levados em consideração. Trataremos dos efeitos adversos da vacina com maiores detalhes em outra comunicação.
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